A cada manhã, ao tocar o chão frio, sobe pelos pés e corre pela espinha um calafrio que invade o coração.
É a vontade de desvendar os segredos do mundo. Os segredos do outro e da natureza. O segredo de como se lida com o amor. O segredo que guardo de mim mesma.
E ao ficar em pé, a verdade nua e crua vem bambear as pernas: o mistério não será revelado.
Pelo menos, não por completo. Não poderia. Não nesta vida terrena.
É este mistério universal que me dá o gosto da descoberta, que me impulsiona na direção do auto-conhecimento. E portanto, é ele que guia todo o questionamento sobre a grandeza das emoções.
O que é eterno e o que finda? O mistério da imprevisibilidade das paixões, da infinitude do cosmos me guia. O desconhecido da vida.
O mistério de ser, estar, sentir. O mistério de permanecer, ou de não poder mais permanecer.
A novidade que te pega de surpresa, crescida dentro de um espaço que se julgava tão conhecido: o Eu, o meu coração, a minha existência... sempre continuará a ser um mistério.
Para quem é e para o outro.
O porquê está longe de ser decifrado. Este enigma intrincado dentro do peito continuará guardando o caminho secreto da existência.
Portanto, surpreenda-se comigo e me surpreenda.
Ou venha juntar-se a mim a decifrar-me. Traga a coragem para vislumbrar o que tenho guardado aqui. E não esmoreça, por favor, não desista. Não há outra forma de sentir que a vida é tão bela, a não ser aceitando profundamente o mistério da vida!
LEITORA: Silvia Gioielli
Mãe, médica, yogini que gostaria de ser mais escritora
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