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Celebrities and The Oscars!



Faz décadas que eu gosto de assistir a cerimônia de premiação do Óscar pela TV.


Desde a época em que eu cursava a especialização em Tradutor e Intérprete na faculdade e achava o máximo ouvir a língua inglesa na TV, ou tentar ouvir, porque tudo era dublado ou interpretado.


Eu me lembro bem das piadas, já que o apresentador sempre faz uso do humor durante o discurso de abertura e apresentação dos indicados ao Oscar. Era tão difícil traduzir as piadas, as sacadas da língua, e eu muitas vezes me pegava achando que o intérprete não tinha feito uma interpretação fiel, mas com o passar do tempo eu entendi o desafio de ser intérprete - você vai interpretando simultaneamente algo que nunca ouviu antes, e com nuances que só quem conhece bem a língua, no caso, o inglês e o humor americano para passar bem a ideia.


Portanto, eu respeito e parabenizo os intérpretes - função nada fácil!


Eu mesma já fiz trabalhos de interpretação simultânea aqui em NYC, eu simplesmente adorava, mas saía um caco - exige-se muito do cérebro, mas por outro lado, terminava o trabalho e não dava para voltar e corrigir com uma melhor palavra como eu fazia na tradução escrita, que parecia mais um trabalho sem fim.


Bom, hoje em dia, é só apertar um botão, e a tradução está ali todinha pra você! Sim, impressionante e triste, porque sou quase obsoleta nesta profissição - então vamos inovando!


Ah! A minha salvação é que sou tradutora e intérprete dentro da minha própria casa. Olha aí o tal ROI - return on investment (retorno sobre o investimento), o meu retorno é ter a capacidade e a habilidade de manter uma comunicação bilingüe saudável dentro do lar! Só rindo mesmo, mas é verdade, viu!!


Quando vim morar nos EUA, em NYC mais particularmente, eu comecei a me sentir mais próxima de tudo que se via na TV, mesmo porque a gente acaba sempre vendo celebridades nas ruas da city!


Eu já morei no West Village (bairro descolado), e em Tribeca (bairro tranqüilo, mas tem muita coisa e gente escondida por ali) - aliás, muitos artistas ficam hospedados no hotel no coração de Tribeca, e os paparazzi estão lá com muita freqüência. E só ficar plantado ali, que vai ver gente famosa.


Eu já tive o prazer e a surpresa de ver muitos famosos nas escolas - nas salas das minhas filhas, e nas atividades extra-curriculares pelo bairro e pela cidade. E também, em festinhas de aniversários e em outros eventos. Não sou ultra bem conectada não, é que moro em NYC há muitos anos, e já passei por muitos ambientes com três crianças!


Com o tempo fui me acostumando com isso, e vou contar aqui alguns dos inúmeros encontros com celebridades de filmes!


Um dos primeiros foi o Matthew McConaughey - ele estava filmando uma cena bem na esquina onde eu morava no West Village, e não é que ele me viu atravessando a rua e me deu uma olhada?! Calma, calma, não foi agora não, eu era mais jovem, foi em torno de 1999, mas aquele momento explica o gosto dele pelas brasileiras rsrsrs. Ele é casado com a Camila Alves, brasileira, modelo linda e inteligente.


Em seguida, eu já tinha minha primeira filha e estávamos no parquinho, e quem estava lá com seu primeiro filho? Hugh Jackman, também morador do West Village, e fomos colocar nossos bebês no balanço - sim, foi só um Hi? Nice day to be at the playground! (Olá, um belo dia para vir ao parquinho!) Isso faz mais de 20 anos. Mas eu o vi outras vezes.


Ah! Julianne Moore, e seu charme pelas ruas do West Village também. De novo, só aquela olhadinha, a gente reconhece e continua andando.


Já em Tribeca, agora uma passagem com minha outra filha aos 2 aninhos - e lá vou eu para a escola no começo das aulas para um circle time (quando as crianças sentam-se no chão em círculo) e conhecer os pais. As kids sentadinhas já em circle, a professora se apresenta e pede para os pais se cumprimentarem com um handshake (aperto de mão) quem está ao seu lado. “Hi, I’m Harvey. Nice to meet you!” (Oi, sou o Harvey. Prazer!) E eu: oh, hi, I’m Rose” E pensando: “Claro que eu sei que você é o Harvey Keitel!".


Bom, não tenho ideia qual o outro pai ou mãe do meu lado esquerdo. Ah, e passados os anos, a mesma filha veio me perguntar se o pai do mesmo menino - mas agora na sala dela no 4th grade (quarta série), era famoso! E eu: “famous? Let me show you!” (Famoso! Deixa eu te mostrar) Abri o google e ela chocou! “So it is true!” (Então é verdade!)


Resumo da história, eu nunca enfatizei se esse ou aquele era famoso, ou filho de famoso - as celebridades querem viver uma vida sossegada, uma vida normal, e eu tenho uma vida normal, mesmo que rodeada de famosos!


Me veio à mente agora o momento deslumbre com meu marido; estávamos de saída já no carro em frente ao nosso apartamento em Tribeca, quando uma moça alta, de pele bem clara e um turbante que a deixou mais exuberante ainda, se abaixa na altura do vidro do carro e pergunta ao meu marido: “How can I get to…” (como eu chego a ….) algum lugar que ela precisava. E não é que meu marido passou as direçōes ao destino dela sem titubear, mas se virou pasmo dentro do carro para mim, e todo perdido: “Uma Thurman! Uma Thurman has just asked me, me, where to go!” (Ela acabou de perguntar para mim como chegar a tal lugar!) Funny and sweet moment (momento engraçado e fofo) - ele ficou extasiado. E eu acrescento, Uma Thurman é linda!


Quem conhece criança com o nome Apple? (maçã) Essa então eu vi nas aulinhas de música com a minha filha, e logo reconheci - filha da Gwyneth Paltrow. Um dia nas aulinhas ainda acompanhadas com um adulto, eu estava sentada ao lado da avó da Apple - Blythe Danner, atriz renomada e mãe da Gwyneth Paltrow, minha vizinha, porque morávamos no mesmo quarteirão.


Minha filha mais velha era amiguinha de uma menina com quem fazia playdates (quando uma vai na casa da outra para brincar), e quem era o pai dela? David Rockwell - arquiteto inovador e renomado, e eu só descobria depois quando via o nome em algum impresso da escola, ou em algum evento logo de manhã na escola.


Ou seja, não perdi o fio da meada aqui não, estou ainda falando sobre os Oscars - David Rockwell assinou o set design numa das cerimônias do Oscars (e não só uma uma vez não) e eu comecei a sentir uma certa aproximação mesmo assistindo tudo ainda na TV.


Faz sentido?


Faz, porque eu passei a prestar mais atenção no set design do evento todos os anos. Este ano por exemplo, eu reparei nas curvas e ondulaçōes, e nos tons quentes e acentuados no palco, até me lembrando de tapetes e cortinas, em outras palavras, um ambiente aconchegante e convidativo com foco nas pessoas. Os apresentadores acabam combinando suas roupas com as cores do design, e eu curto esse visual todo - puro entretenimento!


Mais um famoso, foi o Michael Imperioli - ator da série The Sopranos, o filho dele estava no 1st grade com a minha filha. Eu o reconheci um dia no elevador da escola, mas sabe aqueles momentos que parece que você já conhece a pessoa, mas não sabe de onde, é porque não conhece mesmo, só reconhece das telas. Mas, como, estava na escola, lá vai aquele good morning. (bom dia) E, às vezes, você se toca com quem está falando, e às vezes, a ficha só cai depois.


Ah, e aí, a gente pensa “não acredito que era ele ou ela!” E a gente passa a ver tudo com aquela naturalidade nada natural, né?! Mas eu sempre respeitei a privacidade de todos, e é o que eles buscam, claro!


Um outro momento inesperado foi quando o meu marido foi a uma festinha de aniversário de um amiguinho da escola num barco no Hudson River - a criança precisava estar então acompanhada por um adulto. E, quem estava lá? Spike Lee. Esse mesmo, um dos maiores cineastas americanos.


E para terminar essas histórias com celebridades, eu cito aqui o Curriculum Night (reunião para apresentar o currículo do ano escolar), em Tribeca, e cada pai ou mãe que vai chegando arruma um lugar para se sentar, e eu me sento ao lado de nada mais nada menos que Liev Schreiber - minhas mãos ficam suadas até hoje só de lembrar do momento.


A gente vira um para o outro e se cumprimento com um aperto de mão! Eu paralisei o tempo ali, se é que me entendem! Mas tínhamos que prestar atenção no currículo dos filhos para aquele ano.


Digo aqui de passagem que eu não me recordo de nada sobre o currículo escolar, mas me lembro que naquele e nos anos seguintes ficou muito mais divertido deixar e buscar os filhos na escola. Até porque a Naomi Watts, e eles ainda eram casados, também sempre estava lá no pátio da escola. E eu a acho excelente atriz, além de uma mulher linda e muito engajada.


Ah, vale mencionar que Liev é excelente ator também, e engajado em causas importantes para ele, mas me distraí do assunto - bom, eu, e acho que 90% das mães da escola também perdiam o rebolado ali com a presença charmosa dele! E, minha, filha, ainda bem pequena, não tinha a menor noção de quem se tratava, e o parzinho dela para estar na fila era um dos filhos do casal. Tá bom pra vocês?!


E antes que eu me esqueça, para quem ainda está curtindo a série Suits, Gabriel Macht, protagonista da série, e esposa, Jacinda Barrett, também atriz - era um outro casal de pais que eu encontrava no mesmo pátio, e na sala de aula da escola em Tribeca.


Taylor Swift eu vi atravessando a rua para entrar num restaurante, tão perto da minha e da casa dela que só dava para ela ir andando mesmo.


Eu e meu marido demos uma paradinha de longe, e acho que até registrei o momento! Ela já era talentosa e famosa, mas não este fenômeno atual!


E, para completar a lista de celebridades por hoje, o filho do Paul Rudd estava bem recentemente na mesma escola de uma das minhas filhas no High School. O menino nem usa o sobrenome do pai na mídia social - eu imagino como deva ser a pressão de ser filho de pai famoso, e principalmente de celebridade que já foi nomeado o homem mais sexy do mundo!


Ah, ah, ah, Bradley Cooper é outro que vive caminhando pelas mesmas calçadas em que eu piso - this is NYC, minha gente! Leonardo DiCaprio, se esconde debaixo do boné, mas sempre reconhecido pelo bairro.


E o icônico Robert De Niro que não saía de Tribeca, eu o vi várias vezes, durante a filmagem de um comercial, ou de um filme.


Vejam bem, a cerimônia de premiação do Oscar acontece em Los Angeles, mas muitos filmes e atores vivem em Nova York. Eu só estava ilustrando o texto com histórias - afinal, todos gostamos de histórias, não é mesmo?


Tenho inúmeras situações com mais e mais celebridades, quanto mais eu escrevo mais momentos aparecem na minha mente, como pegar o metrô e ver a Nora Jones bem assim despretensiosamente ali sentada sozinha e eu na frente dela, fingindo naturalidade e observando o sossego dela!


Ou estar cantando os parabéns na mesa do restaurante para a amiga, e a Brooke Shields passar e desejar Happy Birthday com um sorriso mais do que agradável! São momentos que ficam registrados de forma especial!


E também tenho histórias com pessoas e artistas brasileiros famosos, que moram ou já moraram em NY, e acabam se tornando amigos. E eu pensava “direto das telas brasileiras para o meu quintal em NYC!” Que gostoso isso! Bom, a minha vida não muda, mas a dimensão dela sim, e com isso meu sentimento de proximidade com os eventos como a noite do Oscar, que é de interesse praticamente do mundo todo!


Eu não cresci no meio de famosos, sou de Santo André, ABC de São Paulo e o mais próximo de mim era saber que a Lucélia Santos - atriz que eu adorava e admirava em seus papéis nas novelas, era também de Santo André! Diz a lenda que Lucélia Santos e Christiane Torloni foram vistas juntas um dia lá na Mesbla, em Santo André. Verdade ou não eu não me sei, mas eu que já adorava ir à Mesbla e fazer minhas comprinhas, passei a achar o balcão de venda mais atraente, imaginando onde elas teriam parado, o que elas teriam comprado. Lenços? Perfumes?


Ah, a Angélica é outra que não sabe o quão próxima sou dela. Nascida em Santo André e sei que cresceu em São Bernardo (olha o B do ABC paulista aí), e eu acompanhei a carreira dela como se fosse uma amiguinha de infância, desde as participações dela no programa do Chacrinha. Ela pode não saber, mas somos muito próximas rsrsrs. Um dia eu conto isso para ela, e pessoalmente!


E cada vez que eu via fotos do Paulo Gustavo em Nova York, inclusive no prédio onde eu morava, eu pensava “Paulo Gustavo, por que não me avisou que estava aqui, era só subir tomar um café ou um drink com a gente! E já aperfeiçoar o inglês na fonte” - já que ele usava como material para suas falas bem humoradas o saber ou não falar bem o inglês!


Diferente da minha ideia de relação de proximidade com a Angélica, eu só vou encontrar o Paulo Gustavo em outra vida e vou fazer questão de agradecer pelo senso de humor, e toda a diversão e distração que ele me proporcionou durante o confinamento do COVID.


Ele, entre vários outros me salvaram, mentalmente falando!


Por meio dos meus textos pode não parecer, mas eu amo rir. Rir e se divertir para mim é parte da minha receita de vida!


Mas vamos voltar aos Oscars!


Uma vez fui na casa de uma amiga americana para assistir com ela e um grupo de amigos, e fizemos jogos e apostas de quem levaria a estátua e tal, mas depois com as filhas pequenas eu ficava em casa mesmo, e acostumei a assistir sozinha. Eu não gostava que o programa todo ía até a meia-noite, mas adorava assistir tudo mesmo sozinha! Até que tive o grande prazer de ter um grupo de amigas brasileiras ao meu redor por uns bons anos no bairro, e uma delas, festeira que é, reunia as amigas em casa com frequência, e uma das reuniões era na noite do Oscar- casa decorada, com comes e bebes, e eu cheguei até de vestido longo em um dos anos! Detalhe, ela morava no mesmo prédio, era só pegar o elevador e partir para o vigésimo!!


E como tudo, tudo na vida passa! Já ouviram essa? Passou! Este ano assisti em casa, e só não assisti sozinha porque eu faço tanta propaganda que comovo a família toda, e eles sabem o quanto eu amo assistir a filmes, e hoje em dia com o Tik Tok e outras mídias sociais, todos acabam por se interessar por programas que talvez não se interessassem muito antes, e porque depois todos acabam discutindo sobre qualquer coisa ligada a Entertainment - a huge Industry in the USA! (Entretenimento é uma área enorme nos EUA!)


Sempre achei interessante também a escolha do apresentador - trabalho que parecia fácil e divertido, mas com esse movimento necessário de diversidade, inclusão e equidade, tornou-se muito mais sensível o uso do humor, da comédia, mesmo, porque qualquer palavra pode ser interpretada subjetivamente por um grupo ou cultura, e ai está o perigo e o desafio para o desempenho do apresentador.


Apesar do cachê alto que se paga, eu acho um ato de coragem o Jimmy Kimmel ter aceito o convite para ser o host (apresentador), Achei que ele falou pouco, foi cauteloso, mas mesmo assim, tiveram momentos em seu discurso que não agradaram um ou outro, Na verdade, acho muito brave (corajoso) uma pessoa continuar sendo comediante nos dias de hoje!


No decorrer da noite, a gente percebe atos silenciosos de ativismo como o uso de um pin ou cor como referência a uma causa. É muito comum ouvir uma mensagem pacifica ou de raiva durante o discurso dos ganhadores. Trata-se de um momento de uma plataforma gigantesca para usar sua voz.


O primeiro speech (discurso) da noite, por exemplo, foi da atriz Da’Vine que ganhou o Óscar de melhor atriz coadjuvante. O discurso impactante de uma atriz preta, com voz suave e emocionada começou assim: “God is so good. God is so good.” (Deus é bom. Deus é bom) Ela falou uma frase marcante e inspiradora para todos independentemente de raça: “For so long, I have always wanted to be different, and now I realize I just need to be myself.” (Por muito tempo eu sempre quis ser diferente mas agora eu entendo que só preciso ser eu mesma)


Ela escolheu um foco emocional em seu discurso, e deu o tom para a noite! Presenciamos então discursos menos agressivos este ano, o que foi muito favorável para todos. Porque falta de controle nos dias de hoje pode chegar a tanto que há dois anos vimos um ator famoso se levantar e dar um soco na cara do apresentador! Depois dessa, eu perdi a animação de assistir a cerimônia no próximo ano, mas este ano senti o ambiente todo mais pacifico. Isso não quer dizer que não tenha tido decepções ou momentos meio constrangedores.


Um outro detalhe importante durante a noite foi quando o Bad Bunny, cantor porto-riquenho falou em espanhol. Ele ja é bem talentoso e conhecido, e todos conhecem sua música, e como ele se sente melhor falando espanhol ele segue mantendo sua língua materna. Isso também ilustra mudanças de inclusão, mesmo que lentas - afinal, a língua oficial dos EUA é o inglês.


Este ano a cerimônia começou cedo, às 7 e terminou às 10h25 da noite! Fiquei surpresa, mas gostei da mudança. Eu gosto de assistir desde o Red Carpet, ver ainda a luz do dia em Los Angeles quando em Nova York já está escuro. Gosto do glamour, do colorido, da moda, do brilho e das joias. Para mim, Fashion and film are connected (moda e cinema são ligados). Gosto da diversidade dos looks e das culturas, mas mantendo sempre uma certa fantasia.


Lembrando que filmes contam histórias, histórias acontecem em épocas que trazem seus costumes, e todo o momento da era em que o filme se passa, seja ele trazendo uma certa nostalgia ou uma ideia futurista.


Portanto, eu aprecio os designers, os vestidos e os tuxedos (smoking), ou ternos, ou qualquer book mais despojado, mas assim bem apresentado e com arte envolvida!


E, queria recordar aqui da Joan Rivers, que com a língua livre e solta comentava os looks da noite com muito humor, mas ela já virou estrela. Outras épocas, hoje os comentários delas, em boa parte, seriam barrados.


A noite do Óscar é uma noite para se sair um pouco da realidade. A realidade entra nos discursos quando se explica um pouco o conceito e a necessidade daquela história ser contada, e também entra muitas vezes, na nossa aprovação ou decepção de quem acabou ganhando o prêmio!


Os filmes trazem e criam memórias, e essas memórias também são transformadas em história, e servem de inspiração e reflexão para nossas vidas, e para os próximos filmes. Filmes nos ajudam a validar pontos, a se emocionar, nos trazem ideias e pensamentos novos.


No ano de 2023, e acho que até antes, houve muitas writer's strikes (greve dos roteiristas), e isso atrapalhou a produção e lançamentos da indústria cinematográfica; greve para reivindicar uma compensação mais justa e também resultado do uso da Inteligência Artificial, e de que vamos nos adequar e nos ajustar como sociedade com o uso da IA.


Ela está ai para ficar, então vamos todos aprender a tirar proveito dela. Mas com toda essa movimentação acelerada em tantos setores profissionais e áreas da vida, como manter ou ainda fazer uso dos talentos humanos, entre tanto avanço tecnológico?


O primeiro filme mencionado durante a noite foi o filme da Barbie - independente de quem gostou ou não, o filme levantou muitas questões importantes a serem discutidas, e trouxe uma animação extra para a noite. Eu, particularmente, adorei a apresentação do Ryan Gosling, cantando I’m just Ken, todo vestido de cor de rosa, e fazendo um paralelo e homenagem para Marylin Monroe e suas pérolas.


Marilyn Monroe, exemplo de mulher linda, e talentosa - corajosa para a sua época, e sensível. Há quem ache que, mais juma vez, a atenção foi para o homem, o Ken, e não para a mulher, a Barbie. Eu prefiro aqui focar no trabalho do Ryan Gosling, pai de filhas e em sua dedicação para entender mais o universo das mulheres, e isso acaba refletindo em outros homens.


Em algum momento ao se referir ao filme e a câmera mostrou Ryan Goaling and Margot Robbie, Jimmy Kimmel solta You clap, but you did not vote for her! (Vocês estão aplaudindo, mas não votaram para ela) Ele tirou risos e sorrisos da plateia!


Jimmy Kimmel continua e brinca que tanto Ryan Gosling quanto a Margot Robbie já ganharam muito na vida com a comentário: “ You won the genetic lottery.” (Vocês ganharam na loteria da genética)


Em algum momento da noite, usaram também o termo Kensplaining - termo sensacional, um jogo de palavras com Ken and mansplaining, situação em que o homem explica tudo para a mulher, achando que ela não é capaz de entender nada!


A música da Billy Eilish, em parceria com seu irmão - cantora, artista sensível e talentosa, que não esconde suas dificuldades com a depressão ganhou o prêmio para a música do filme Barbie.


Mais uma vez, estamos na era de falar e lidar com a saúde mental, e a música dela tem esse poder de mostrar os altos e baixos, e a escuridão que assola a vida de uma pessoa. Seja ela a vida da Barbie, do Ken, ou de qualquer um de nós. Umas das minhas filhas, coreografou e dançou essa música no palco durante o festival de dança da escola - e foi muito inspirador para as adolescentes.


Assim como a Billy Eilish, é triste e muito preocupante pensar que tantos jovens, e crianças, sofrem de depressão e ansiedade hoje em dia, mas é um fato - portanto, melhor falar sobre o assunto e por meio da arte!


Na verdade, tem muitos filmes muito bons este ano, com histórias que precisam ser contadas!


Eu amei a atuação de muitos e muitos artistas como a Emma Stone que ganhou o Oscar de melhor atriz! E apesar de não ter amado o filme Poor Things, eu achei a atuação da Emma Stone excelente! E o Mark Ruffalo, maravilhoso, eu me esquecia quem era o ator.


A performance de Cillian Murphy foi espetacular, num filme extraordinário como Oppenheimer. Porém eu torcia para o Bradley Cooper. Ele se tornou o Maestro. Impressionate, marcante, arrepiante, e transcendente!


Vários filmes longos, onde pudemos pensar, repensar, e analisar bem o trabalho dos atores e atrizes!


Gosto também da ideia do After Party, dos temas, e gostaria de um dia ir a uma destas festas. Sei que este ano teve muita Tequila, isso sim!


Reparem que eu só levanto pontos para ser pensados! Eu confio nos pontos que falam mais alto na minha cabeça enquanto escrevo o texto!


Um dos pontos foi quando Al Pacino acabou com o glamour do momento ao anunciar o ganhador de melhor filme. Ele só abriu o envelope e disse algo assim “eu vejo Oppenheimer!” Ainda bem que viu certo!


Os envolvidos até levaram uns segundos para acreditarem?! Porque a pior coisa é anunciar o vencedor errado como já aconteceu há poucos anos .


Eu pensei “se Al Pacino pode se comportar assim em frente as câmeras, a gente também pode cometer as nossas gafes na vida, não é?” Ou será que ele pode, ou sai ileso dessa porque é uma grande celebridade? Eu li que foi pedido a ele que nem lesse os nomes dos outros filmes porque todo mundo já sabia mesmo. Eu descordo, eu acho um descaso com os outros filmes e todos os atores e atrizes, diretores etc ali presentes.


Era a vez de colocar todos os outros filmes indicados para que tivessem seus minutos de mais evidência ainda na noite do Óscar! E aumentar o momento tão desejado dos telespectadores também de saber quem levou o maior prêmio, mesmo que não tenha sido surpresa - afinal, o filme é espetacular.


A noite acabou até 5 minutos mais cedo!


Vou terminando este longo texto, ressaltando que eu gostaria muito de ter ouvido “and the Oscar goes to Fernanda Montenegro”, lá em 1999. Nos anos subsequentes, eu dava aulas de português e filmes brasileiros, e usei muito o filme Central do Brasil. Um filme nada hollywoodiano, mas de uma relevância extraordinária!


E qual é a moral da história? Não tem moral. Apenas um texto para contar umas histórias com autenticidade, e colocar a vida em perspectiva!


Por hoje é só! Até a próxima!


Rose Sperling


P.S. Os meus textos estão cada vez mais longos - longos capítulos de um livro!

1 Comment


Maria Tereza De Iuliis
Maria Tereza De Iuliis
Mar 20

Quantos encontros bacanas, Rose! Delícia de texto.

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