Há quem diga que ser criança é a melhor fase da nossa vida. Quando crianças, ouvimos que “até casar, sara”. “Tudo vai passar e a Cuca virá nos pegar”.
Mamamos, choramos e olhamos para o mundo como se as fantasias fossem acontecer.
E não é que acontecem? Mesmo, a nossa revelia...
Aí, começamos a achar que entendemos. Nem é verdade, mas é melhor dizer que sabemos de tudo e que os outros não entendem nada.
Assumimos como verdades o que pensamos e nos damos o direito de errar muito. Afinal, “não pedimos para nascer”. Pensamos ser eternos, e só os nossos momentos serão passageiros.
De repente, percebemos que os passageiros somos nós. Aí, vem a tal da maturidade. Palavra comprida. Assustadora no som e no significado. E passamos a eternizar promessas, juras, sonhos e abdicar da hipótese que haverá pesadelos.
E quando começamos a sentir os pesadelos e as dores, é que sacamos o quanto somos fortes de verdade, mas vulneráveis na vida e nos sentimentos.
Queremos colo, queremos conquistar a certeza que tínhamos, mesclando com o que aprendemos e usar a tal de experiência com pitadas da energia que, um dia, nos deu a certeza que seríamos eternos.
No fim, nadamos e reconhecemos na infância os nossos melhores momentos e lembranças.
Não queremos lembrar, mas sem esquecer jamais que o sorriso que um dia tivemos, nada mais é que o prenuncio daquilo que nos tornamos. Para o bem e para o mal.
E são essas lembranças que nos mantém felizes...e seja a realidade triste ou pesada, sempre poderemos nos reconhecer no sorriso infantil da criança que seremos, eternamente.
Afinal, Peter Pan não se transformaria em síndrome se não tivéssemos “lutado contra o Capitão Gancho e ouvido os conselhos da Sininho...”
O dia da criança pode até ser comercial, mas quem disse que ganhar presente e brinquedos é chato? Quem pensa assim só pode ser outro chato. Vamos brincar então.
A única diferença é que agora a gangorra e o escorregador são de verdade e o play-ground é a nossa vida! Ademais, só nos resta nos divertir!
Feliz dia das crianças!
Roberto Halfin
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