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Quem sou eu



Esse é meu primeiro artigo aqui na “EU NÃO ANOTO NADA”. É o momento de me apresentar.


Nessa hora eu sempre fico pensando por onde começar.


Meu nome, claro. Mas, como dizer a frase? O mais comum é: “sou Renata Taveiros de Saboia”.


Depois, a profissão. E digo: “sou economista”.


Aí vem o conflito: será que eu SOU isso? Ou essas são duas identidades que fazem parte de quem eu sou?!?? É o que faz mais sentido para mim!


Então, vou começar me apresentando de uma outra maneira:

- Olá queridas leitoras e leitores! Queridas, fundadoras, obrigada pelo convite!

- Meu nome é Renata Taveiros de Saboia e eu trabalho com economia e neurociência para entender como nós, seres humanos, fazemos escolhas, na vida real, e não nos livros de teoria do comportamento!

- Minha profissão? Economista que gosta de gente (e de números também, desde que eles sirvam a algum propósito na vida da gente!)


Mas nem sempre me apresentei assim...

Na hora de escolher a carreira que eu ia seguir, ninguém definiu a Economia como sendo a área de estudo da desigualdade, saúde, comportamento doméstico e sociedade.

Ou, do grego: "oikos"(casa) e "nomos" (costume ou lei). "Economia = regras da casa".


Estava mais para finanças e administração.

Na minha sala de aula havia muito mais homens do que mulheres.

Mais ainda nas disciplinas de Finanças e Macroeconomia - que eu adorava e era a única mulher na disciplina avançada.

Desta sala saíram alguns banqueiros - homens.

Quando um colega meu apareceu na capa de uma revista, apontando que ele era o mais novo milionário antes dos 30, meu marido, na época, olhou para mim e disse: - Olha só!! Vocês eram colegas de classe! Por que não é você na capa da revista?!? Eu fiquei um pouco sem graça, me sentindo até meio culpada por não ter conseguido atingir o mesmo feito.

O tempo passou e, recentemente, a ganhadora do prêmio Nobel de Economia de 2023 é uma mulher, que explica algumas das possíveis causas para o desequilíbrio na quantidade de mulheres em posições de alta liderança recebendo salários mais baixos que os dos homens. O nome dela é Claudia Goldin (esse é o nome dela e ela é bem mais que isso, com certeza! Rsrs).


Para mim, duas das descobertas delas se destacam. A primeira é a disponibilidade para a carreira versus família. No meu caso, isto ficou evidente. Casei cedo e abri mão de estudar mais, fazer um mestrado, um MBA numa universidade fora do país e de melhorar a minha formação.

A outra descoberta foi o papel da maternidade nas escolhas das mulheres por empregos com menos demanda e mais flexibilidade. Meu caso.

Não dava para virar banqueira milionária antes dos 30 com essas escolhas!!! Mas, para mim, esta conversa tem mais uma camada, que é a cultural.

A nossa sociedade, e não é de hoje, se estruturou desta maneira e formatou homens e mulheres para viverem nesse "acordo tácito". Não sabemos fazer diferente.

Estamos nos esforçando muito, é verdade! Mas precisamos, homens e mulheres, ficarmos atentos, pois basta um minutinho de desatenção, e escorregamos de novo! Não se trata de questionar a maternidade, mas, sim, o modelo de maternidade vigente, apesar de não termos, ainda, outro para substituí-lo!


Achei incrível este tema, tão presente no nosso cotidiano, não importa o gênero da pessoa, ganhar tanta relevância! Que notícia maravilhosa!


Esta dicotomia entre família e carreira causa tanto sofrimento e conflito para todos...Inclusive para as crianças! Para mim também!


Anos depois daquela conversa com meu marido, acabei me separando. Justo quando decidi começar a me dedicar mais a uma carreira e à minha realização profissional. Afinal, esta também era, e ainda é, uma faceta da minha identidade! E, por sinal, da maioria das pessoas!


E começou a minha jornada por autonomia, inclusive financeira, e pelo direito de ter as duas coisas: família, amor E carreira e dinheiro.


12 anos depois, a minha história está caminhando na direção de um final feliz, ou melhor, um final mais inteiro, completo.


Hoje tenho uma carreira de sucesso, amo o que eu faço, trabalho muito e consigo equilibrar minha vida profissional com minha vida familiar.

Eu sou uma mãe (agora é ser mesmo...) descendente de italianos e cearenses, típica!

Gosto de todo mundo debaixo da minha asa - tenho 3 filhos - mesa cheia, família reunida e, claro muita comida! rsrs

Não cheguei aqui sozinha. Contei com muitas mulheres me dando suporte e, homens também!

É por isso que quero deixar o meu muito obrigada para a nossa ganhadora do Nobel de Economia, Claudia Goldin. Por nos mostrar que, estamos onde estamos, porque a história nos moldou assim. Mas, sabendo disso, podemos, daqui para a frente, remodelar a nossa história!


E o amor? Está chegando!


Renata Taveiros de Saboia


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