top of page

Diferente



Aos 60 anos, olho para trás e vejo uma vida que muitos considerariam, para dizer o mínimo, "não convencional". 


Nunca me casei, nem tive filhos. As pessoas me questionam, com olhares curiosos e às vezes até julgadores, sobre minhas escolhas. Dizem que "perdi tempo", que "deveria ter vivido a vida ao máximo", que "não sei o que é amor verdadeiro".


Ninguém se importa com o que eu sei.


Sei o que é a liberdade de ir e vir sem me preocupar com as necessidades de ninguém além de mim mesma. Sei o que é a paz de um lar silencioso. Sei o que é a alegria de dedicar meu tempo e energia às minhas paixões, sem me sentir culpada por não estar cuidando de uma família.


Sim, fui contra a corrente. Contra as expectativas da sociedade, contra as pressões familiares, contra os sussurros dos amigos. Mas nunca fui contra mim mesma. Sempre soube o que queria da vida, e lutei com unhas e dentes para conseguir.


Não foi fácil. Houve momentos de solidão, de dúvidas e de questionamentos. 

Mas também houve momentos de pura felicidade, de realização pessoal, de profunda gratidão pela vida que escolhi.


Aprendi que a felicidade não precisa estar em um roteiro pré-definido, mas que se pode escrever e reescrever o seu próprio. Aprendi que o amor vem em muitas formas, e que posso escolher viver mais paixões, mais primeiros beijos, mais borboletas na barriga.


Talvez o mais importante é que aprendi que a vida é curta demais para se preocupar com o que os outros pensam.


Hoje, sou uma mulher realizada. Tenho uma carreira de sucesso, amigos que me amam e admiram, e uma vida cheia de experiências incríveis. Sou grata por cada passo que dei, por cada escolha que fiz.


Tudo na vida tem dois lados e claro que eu também sei o que "perdi". Sabemos que não dá para ter tudo, por isso fazemos escolhas.


Não defendo minhas escolhas como certas ou erradas, apenas foram as minhas.

Ser contra não significa ser contra a vida. Significa ser contra o que não te faz feliz.


Significa ter a coragem de seguir seus próprios sonhos, mesmo que isso signifique ir contra a corrente.


Claro que o ideal seria poder viver várias versões da mesma vida para ser possível ter tudo, mas como só podemos viver uma, que pelo menos seja a que escolhemos e não a que escolheram pra gente.


Então, para todas as mulheres que se sentem diferentes, que não se encaixam no molde, que ousam seguir seus próprios caminhos, digo: sejam contra! Sejam contra o que te limita, contra o que te oprime, contra o que te faz infeliz. Sejam contra o mundo, se for preciso!


Seja você!


bottom of page