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Traição



 

A traição é um conceito objetivo ou subjetivo?


Quando eu falo que fui traída para alguém, esta pessoa estaria autorizada a me contradizer?


Eu arriscaria dizer que a objetividade ou a subjetividade da traição variam. Quero dizer, para a pessoa que está afirmando ela é um conceito objetivo. E para a pessoa que está escutando ela é um conceito subjetivo. Tanto mais se a pessoa em questão for o, entre aspas, traidor.


E para cada interlocutor pode-se esperar uma reação diferente. Uns vão achar não haver dúvida sobre a questão, vão se contentar com a depoimento da suposta vítima.


Outros vão demandar uma avaliação mais aprofundada, quem sabe até uma acareação, um confronto entre as partes para, aí sim, poderem dar seu veredito.


O que dificulta bem a vida da pessoa que se considera traída. É como se sobre ela recaísse o ônus da prova da traição. O que, fazendo um paralelo com a teoria do trauma de Ferenczi, poderia ser considerado um segundo trauma, muitas vezes mais violento inclusive do que o inicial.


Jogando no Google o significado de traição, aparece a seguinte definição: “uma falta de lealdade, quebra de fidelidade e confiança”.


Bom, olhando por este prisma, dado o pacto estabelecido entre as partes, seja de amizade, seja de um relacionamento amoroso, seja de uma relação construída sobre as bases da lealdade, confiança e respeito mútuos, acho razoável então que, violados estes critérios, haja traição.


Porém, o que é espantoso nessa vida, é que os conceitos de lealdade, de fidelidade e confiança de repente passam a ser flexíveis justo quando você mais precisa deles.


O outro, ou a outra, pode muito bem dizer: mas para mim isso não estava no pacto. Não acho que não fui leal, muito menos que quebrei sua confiança, eu não tenho nada a ver com isso, e por aí vai.


Resumindo: seja leal a você e aos seus princípios. Não admita privar da sua confiança quem não compartilhe da mesma visão de mundo que você. Não se traia.


O resto você tira de letra.


Bia Carvalho

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